Com o novo Plano Safra previsto para entrar em vigor já em julho, o Senado Federal acelerou os debates em torno das melhorias para a edição 2025/2026. Em audiência pública promovida nesta quarta-feira (28/05), o presidente da Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), senador Zequinha Marinho (Podemos-PA), destacou a urgência de ouvir o setor e propor ajustes.
“Estamos finalizando o mês de maio, e julho já está chegando. Por isso, é fundamental debater e apresentar sugestões que aperfeiçoem o programa, garantindo segurança a quem produz”, afirmou o parlamentar.
Durante o encontro, representantes do setor produtivo trouxeram à tona entraves que dificultam o acesso ao crédito, como o aumento dos juros e barreiras ambientais. Maurício Buffon, presidente da Aprosoja, foi enfático ao defender a ampliação dos recursos disponíveis: “É preciso garantir que o produtor não seja penalizado por exigências que travam o financiamento.”
O senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) reforçou a importância de um planejamento de médio prazo, construído de forma integrada entre Parlamento e Executivo. Para ele, o Plano Safra deve deixar de ser apenas uma política de curto prazo e passar a ser um instrumento estratégico para o agro brasileiro.
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) também defendeu um programa mais sólido, que ajude não só a garantir crédito, mas também a manter a inflação dos alimentos sob controle e evitar medidas emergenciais.
Do lado do governo, o secretário de Política Agrícola do MAPA, Guilherme Campos Júnior, reconheceu os desafios fiscais, mas reforçou que as discussões estão avançando. Ele ressaltou a necessidade de ampliar a participação do setor privado no financiamento agrícola, sobretudo em um contexto de juros elevados e instabilidade econômica.