As primeiras chuvas começaram a chegar em Mato Grosso, maior produtor de soja do Brasil, mas ainda em volumes insuficientes para permitir o avanço do plantio logo após o fim do vazio sanitário, encerrado em 6 de setembro, segundo o Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA).
Dados da EarthDaily Agro indicam que a umidade do solo no estado está no nível mais baixo dos últimos dez anos para a primeira quinzena de setembro. “O cenário reforça a possibilidade de atraso no início do plantio da soja”, explica Felippe Reis, analista de safras da instituição. A previsão de precipitação acumulada até 16 de setembro varia de 0,74 mm (ECMWF) a 2,15 mm (GFS), contra uma média histórica de 12,38 mm.
Modelos climáticos mostram que, neste momento, as chuvas mais significativas estão concentradas no Sul do país, especialmente no Rio Grande do Sul. Para Mato Grosso, as projeções indicam precipitações mais consistentes apenas a partir da segunda quinzena de setembro.
Segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (IMEA), esse quadro pode resultar em uma concentração tanto do plantio quanto da colheita, aumentando os riscos para a safra. Apesar disso, o instituto reforça que o fenômeno El Niño–Oscilação Sul (ENOS) permanece em neutralidade, o que pode favorecer uma melhor distribuição das chuvas ao longo da temporada.
Em regiões com maior umidade, alguns produtores devem antecipar o plantio da soja para garantir a janela do milho safrinha, aproveitando também a demanda das usinas de etanol. Já os produtores que têm a oleaginosa como principal cultura tendem a esperar maior regularização das chuvas, devido aos altos custos de produção nesta temporada.
A expectativa é de que Mato Grosso cultive 13,01 milhões de hectares de soja em 2025/26, crescimento de 1,67% em relação à safra passada. A produção, no entanto, deve alcançar 48,5 milhões de toneladas, queda de 4,79%. Para o milho, o IMEA projeta 7,39 milhões de hectares, alta de 1,83%, com produção estimada em 51,72 milhões de toneladas – 6,7% abaixo do recorde da safra anterior.
“Os fatores climáticos serão determinantes para a consolidação dessas projeções”, reforça o IMEA.
fonte: https://www.noticiasagricolas.com.br/noticias/soja/406870-soja-nivel-de-umidade-do-solo-em-mato-grosso-e-o-mais-baixo-em-10-anos-e-produtor-pode-nao-iniciar-plantio-logo-apos-fim-do-vazio-sanitario.html